Mateus 15 – Almeida Revista Atualizada 1993

 

A tradição dos anciãos

1 ¶ Então, vieram de Jerusalém a Jesus alguns fariseus e escribas e perguntaram:

2Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos, quando comem.

3Ele, porém, lhes respondeu: Por que transgredis vós também o mandamento de Deus, por causa da vossa tradição?

4Porque Deus ordenou: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe seja punido de morte.

5Mas vós dizeis: Se alguém disser a seu pai ou a sua mãe: É oferta ao Senhor aquilo que poderias aproveitar de mim;

6esse jamais honrará a seu pai ou a sua mãe. E, assim, invalidastes a palavra de Deus, por causa da vossa tradição.

7Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo:

8Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.

9E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.

10¶ E, tendo convocado a multidão, lhes disse: Ouvi e entendei:

11não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem.

12Então, aproximando-se dele os discípulos, disseram: Sabes que os fariseus, ouvindo a tua palavra, se escandalizaram?

13Ele, porém, respondeu: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada.

14Deixai-os; são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco.

15Então, lhe disse Pedro: Explica-nos a parábola.

16Jesus, porém, disse: Também vós não entendeis ainda?

17Não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce para o ventre e, depois, é lançado em lugar escuso?

18Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem.

19Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias.

20São estas as coisas que contaminam o homem; mas o comer sem lavar as mãos não o contamina.

A mulher cananeia

21¶ Partindo Jesus dali, retirou-se para os lados de Tiro e Sidom.

22E eis que uma mulher cananéia, que viera daquelas regiões, clamava: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada.

23Ele, porém, não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, aproximando-se, rogaram-lhe: Despede-a, pois vem clamando atrás de nós.

24Mas Jesus respondeu: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.

25Ela, porém, veio e o adorou, dizendo: Senhor, socorre-me!

26Então, ele, respondendo, disse: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.

27Ela, contudo, replicou: Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos.

28Então, lhe disse Jesus: Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E, desde aquele momento, sua filha ficou sã.

A segunda multiplicação dos pães e peixes

29¶ Partindo Jesus dali, foi para junto do mar da Galiléia; e, subindo ao monte, assentou-se ali.

30E vieram a ele muitas multidões trazendo consigo coxos, aleijados, cegos, mudos e outros muitos e os largaram junto aos pés de Jesus; e ele os curou.

31De modo que o povo se maravilhou ao ver que os mudos falavam, os aleijados recobravam saúde, os coxos andavam e os cegos viam. Então, glorificavam ao Deus de Israel.

32E, chamando Jesus os seus discípulos, disse: Tenho compaixão desta gente, porque há três dias que permanece comigo e não tem o que comer; e não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça pelo caminho.

33Mas os discípulos lhe disseram: Onde haverá neste deserto tantos pães para fartar tão grande multidão?

34Perguntou-lhes Jesus: Quantos pães tendes? Responderam: Sete e alguns peixinhos.

35Então, tendo mandado o povo assentar-se no chão,

36tomou os sete pães e os peixes, e, dando graças, partiu, e deu aos discípulos, e estes, ao povo.

37Todos comeram e se fartaram; e, do que sobejou, recolheram sete cestos cheios.

38Ora, os que comeram eram quatro mil homens, além de mulheres e crianças.

39E, tendo despedido as multidões, entrou Jesus no barco e foi para o território de Magadã.

 

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